A aplicação do conceito lacaniano de desejo do analista no caso Anna O*
Cristiano Barbosa Ghisio
Pascale Chechi Fiorin
Em 1895, Josef Breuer e Sigmund Freud decidiram publicar, conjuntamente, o seu primeiro estudo de caso sobre a histeria, tornando público o resultado do tratamento da paciente Anna O, pseudônimo de Bertha Pappenheim (1859-1936). O tratamento, que durou de 1880 até 1882, ganhou notoriedade e ainda hoje desperta o interesse de estudiosos por ser considerado o caso fundador da psicanálise (Perelberg, 2011).
Bertha Pappenheim, pertencente a uma família judia ortodoxa, foi diagnosticada pelo Dr Breuer como histérica quando tinha 21 anos de idade. Naquela ocasião, Anna O encontrava-se recolhida em seu quarto sofrendo de contraturas, paralisias e mutismo. Os sintomas começaram a partir do momento em que Bertha teve que cuidar de seu pai Sigmund Pappenheim, enfermo da tuberculose. Ela passara dias e noites ao lado do pai doente. Diante do falecimento do pai, os sintomas de Anna O pioraram: parou de comer, de beber e a ideia de suicídio se fez presente (Breuer & Freud, 2016).
Para fins de realizar o tratamento de sua paciente, Breuer submeteu, inicialmente, Anna O às sessões de hipnose, considerado o tratamento adequado naquela época. Entretanto, com o passar do tempo, o médico percebeu que a sua paciente se sentia melhor e que os seus sintomas aliviavam após ela se colocar a falar sem interrupções sobre a sua vida e a relatar traumas de sua infância. O mais interessante, porém, é que esses sintomas abrandavam sem a necessidade de estar hipnotizada. A própria Bertha chamou o tratamento de “talking cure (cura pela fala)” (Breuer & Freud, 2016, p. 53).
O tratamento de Bertha Pappenheim teve uma função muito importante no desenvolvimento do método psicanalítico. O caso da paciente Anna O mostrou que os sintomas podem ser revertidos e que eles têm a ver com determinados afetos e reações que não deveriam aparecer, permanecendo ocultos. Os sintomas, desta forma, demonstraram ser uma solução para o conflito entre o que se pensa e sente, entre o que se quer fazer e o que realmente se faz (Perelberg, 2011). Posteriormente, após o término do tratamento, Bertha iniciou a prática da escrita, publicou alguns livros e dedicou sua vida a instituições que acolhiam jovens grávidas e abandonadas pela família, mulheres que ficaram relegadas a uma condição de vida subalterna (Perelberg, 2011). Assim, finaliza-se uma apresentação sumária do caso Anna O para que, posteriormente, possamos aplicar o conceito lacaniano de desejo do analista e promover uma discussão sobre o trabalho realizado pelo Dr Breuer.
Uma visão sobre a ética da psicanálise e o desejo do analista
Em meados do século XX, Lacan certamente estava incomodado com os rumos que a psicanálise estava tomando. Ao perceber a existência de uma confusão entre a técnica e a ética, como a transformação de alguns métodos em normas rígidas de ação – sessão com tempo de duração fixa e a obediência do analista à sua instituição – Lacan é instigado a proferir o seu seminário sobre a ética (Lacan, Seminário, livro 7: a ética da psicanálise (1959-1960), 2008).
Guyomard (1996) mostra que existe um risco que todo analista deve estar atento: confundir a ética com a técnica. Dessa forma, quanto mais o analista ocupar o lugar de vazio, de falta-a-ser, mais o sujeito do inconsciente terá espaço para expressar o seu próprio desejo.
Mas, o que se entende por ética? Antes de se ter uma compreensão sobre o conceito de ética, da qual Lacan busca aproximar a psicanálise, é importante compreender, inicialmente, o conceito de moral como “um conjunto de regras de conduta e costumes admitidos em uma determinada sociedade” (Michaelis, 2021). Assim, ao compreender que a moral comporta um conjunto de normas, à ética, por sua via, caberá o julgamento de nossas ações de acordo com os valores estabelecidos por essa mesma sociedade à qual se está inserido.
Se aceitarmos o conceito de ética, conforme definido, e aplicá-lo diretamente à psicanálise, não estaríamos correndo o risco de transformar a análise a um “ideal de harmonização psicológica?” (Lacan, Seminário, livro 7: a ética da psicanálise (1959-1960), 2008, p. 354). Com esse questionamento, pode-se perceber que Lacan vai se opor a todo e qualquer tipo de ação moralizadora e regradora da prática psicanalítica, que visa conduzir o analisando na direção da busca por uma felicidade. Em seu seminário de 29 de junho de 1960, Lacan vai lembrar que Freud, no Mal-estar na civilização, diz que “o supereu se torna tanto mais exigente quanto mais sacrifícios a sociedade confere” (Ibidem. p355). Assim, levar o analisando a orientar as suas ações com base em uma moral socialmente estabelecida é conduzi-lo a manter-se alienado em busca do “Bem Supremo”.
Nesse sentido, se mantivermos o julgamento de nossas ações com base em regras sociais, em busca de um “Bem Supremo”, iremos manter a posição confortavelmente vinculada aos bens. A vista disso, pagaremos o preço de termos que abrir mão do próprio desejo. Em oposição à domesticação moralizante do desejo, Lacan vai propor que a única ética possível para a psicanálise é a ética do desejo. Ele afirma ainda que a “ética da análise não é uma especulação que incide sobre a ordenação, a arrumação, do que chamou de serviços dos bens. Ela implica a dimensão que se expressa no que se chama de experiência trágica da vida” (Ibidem. p.366).
Nesse ponto de vista, a única pergunta ética possível proposta por Lacan para a psicanálise é: “Agiste conforme o desejo que te habita?” (Ibidem. p.367). Ao contrário de uma ética tradicional que deprecia o desejo do sujeito, Lacan, em sua radicalidade, vai afirmar que a única coisa da qual se pode sentir culpado é de ter cedido de seu próprio desejo. Nesse caminho, não existe uma moral para todos na psicanálise e não existe um jeito certo de fazer todas as coisas. Se o sujeito agir de acordo com o seu desejo, a sua ação, para a psicanálise, será sempre uma ação ética.
É justamente nesta radicalidade ética da psicanálise que se situa o trabalho do analista, implicando e responsabilizando o sujeito por suas escolhas, fugindo à normalização e aos padrões sociais. Como afirma Lacan (1960), o analista tem apenas o seu desejo para dar, um desejo prevenido. Mas, “o que pode ser esse desejo do analista?” (Lacan, Seminário, livro 7: a ética da psicanálise (1959-1960), 2008, p. 352). O desejo do analista é um conceito criado por Jacques Lacan para designar o desejo que move alguém, em análise, a querer se tornar um analista. Não podemos confundir o desejo do analista com o desejo de ser analista. Enquanto para o primeiro não há interpretação, para o segundo “ele se interpreta, se analisa, e podemos inclusive dizer que talvez esse desejo de ser analista não desapareça completamente no final da análise, apesar de ele não se confundir com o desejo do analista” (Quinet, 2003, p. 113).
Jacques-Alain Miller vai explicar o desejo do analista, conforme proposto por Lacan, pode-se compreender o desejo do analista como algo que não está mais preso a saber o significado das coisas (Miller, Lacan elucidado: palestras no Brasil, 1997). O desejo do analista não serve para mostrar os seus desejos pessoais, mas para apontar para um desejo relativo à função do psicanalista. Conforme Denise Maurano, o desejo do analista é uma função que ocupa o lugar do desejo do sujeito no contexto do trabalho clínico. O desejo do analista não é do fazer suspender qualquer demanda do analisando ou pedir que o mesmo seja inteligente, verídico, bom e decente. O desejo do analista não busca formatar o sujeito para que se enquadre dentro das normas sociais. O desejo do analista não promete a felicidade, o bem ou a cura. O desejo do analista visa obter a singularidade e a diferença absoluta (Miller, Perspectivas dos “Escritos” e “Outros escritos” de Lacan, 2011).
O desejo do analista funciona como uma habilitação no manejo transferencial. Durante o trabalho analítico, é sabido que irão surgir resistências que servirão como obstáculos ao processo. Desta forma, se o desejo do analista não estiver alinhado com a ética da psicanálise, a resistência também surgirá do seu lado, o que o ensurdecerá para tratar as colocações do analisando. Nesta direção, se o analista atuar a sua própria transferência, ele estará se colocando como sujeito, ao invés de objeto (Maurano, 2006).
O analista não está em uma posição de igualdade com o seu analisando. Aliás, como diz Maurano (2006), o analista é pago para que se abstenha subjetivamente, deixando de lado o Eu. Sabe-se, entretanto, que o analista sente e reage como todos os seres humanos às investidas de seus analisandos. Todavia, é por meio do desejo de analista, que se coloca como um valor, que o analista deve sustentar a essas paixões. O desejo do analista implica em uma dessubjetivação, onde o analista deve abandonar interesses narcísicos e emprestar-se como objeto, abandonando o próprio funcionamento como sujeito.
“É o desejo do analista que se encontra na base da ética da psicanálise, pois é o desejo correlato à ação do analista em sua clínica” (Quinet, 2003, p. 110). Diante das perspectivas apresentadas até o momento, é possível identificar que há um forte entrelaçamento entre a ética da psicanálise e o desejo do analista. Pode-se pensar no desejo do analista como uma estrutura que dá sustentação ao trabalho ético da psicanálise, num esforço hercúleo para abrir mão de sua subjetividade e manter o analisando em trabalho de análise.
O desejo do analista aponta para a ética que guia o trabalho do psicanalista orientada por uma sensibilidade particular do sujeito. Por fim, é importante compreender que a dessubjetivação do analista motivada por seu desejo de analista, transforma-o em objeto causa de desejo para o analisando, abrindo o caminho para uma investigação acerca do desejo inconsciente que move o próprio analisando (Maurano, 2006). Ao analista cabe apontar a direção na qual o analisando deve seguir a fim de promover o encontro com o seu próprio desejo, visando desaliená-lo do discurso do Outro e levá-lo a confrontar-se com a famosa pergunta de Lacan: “Che vuoi?”.
A partir deste ponto serão apresentados trechos extraídos do caso Anna O (Breuer & Freud, 2016) onde é possível destacar a atuação do Dr Breuer junto à sua paciente. Após cada citação extraída, serão realizados comentários a respeito da ação do Dr Breuer com base nos conceitos de desejo do analista e a ética da psicanálise, conforme proposto por Jacques Lacan e trabalhados no capítulo “Uma visão sobre a ética da psicanálise e o desejo do analista”, presentes neste artigo.
Após uma leitura do caso Anna O, foi possível destacar os seguintes pontos:
Como eu sabia, ela havia se magoado muito com alguma coisa e decidira nada dizer a respeito. Quando adivinhei e a forcei a falar, a inibição, que antes também tornara impossível qualquer outra manifestação, desapareceu (Breuer & Freud, 2016, p. 46).
Ela sabia que, após ter se expressado, perderia toda a obstinação e “energia”, e quando (depois de uma pausa mais longa) já estava de mau humor, se recusava a falar, o que, então, eu tinha de arrancar-lhe, incitando, pedindo e utilizando alguns artifícios como o de proferir uma fórmula estereotipada do início de suas histórias (Breuer & Freud, 2016, p. 53)
Se o analista está tentando adivinhar o que o paciente quer dizer ou forçando a mesma para que fale alguma coisa, ele não está sendo objeto causa de desejo para o seu analisando. Ao ocupar esse lugar na análise, o médico dificulta que a paciente possa expressar livremente o que pensa e o seu desejo. Ao analista cabe manter-se na posição de falta-a-ser, se desapossando de seu narcisismo (Maurano, 2006).
[…] só meses depois consegui convencê-la de que falava em inglês. Contudo, ainda compreendia as pessoas à sua volta, falantes de alemão. Apenas em momentos de grande angústia faltava-lhe por completo a fala ou misturava confusamente os mais diversos idiomas (Breuer & Freud, 2016, p. 46)
Na citação acima, percebe-se que o Dr Breuer se empenhou em convencer sua paciente sobre seu modo de falar. Esse tipo de atuação é nomeado como sugestão, haja vista oferecer ao paciente um modo específico de ver as coisas. Tendo em conta que Bertha confiava muito no seu médico, certamente ela considerava pertinente as suas colocações e que, por seu destino, viria a reforçar ainda mais sua posição de dependência (Fink, 2017).
Eu era o único que, ao entrar (no quarto), ela sempre reconhecia e, enquanto lhe falava, sempre permanecia presente e alerta, exceto nas ausências alucinatórias que intervinham de modo inteiramente imprevisto (Breuer & Freud, 2016, p. 47).
[…] que em minha presença era alegre, mas em minha ausência se manifestava como estado de inquietação extremamente desagradável e angustiado (Breuer & Freud, 2016, p. 53)
Se antes já se alimentava minimamente, agora recusava todo alimento; deixou, porém, que eu a alimentasse, de modo que sua alimentação logo foi reforçada (Breuer & Freud, 2016, p. 48).
Depois, um grave ataque de angústia, que acalmei com grande esforço (Breuer & Freud, 2016, p. 48).
Esses acessos bastante desagradáveis eram evitados desde que (a seu pedido) eu sempre lhe fechasse os olhos com a sugestão de que não poderia abri-los até que eu mesmo o fizesse pela manhã (Breuer & Freud, 2016, p. 63)
Vê-se, pois, que Anna O só permitia a entrada de seu médico no quarto, que lhe alimentasse e lhe abrandasse a angústia. Indo ao encontro do que foi comentado no parágrafo anterior, verifica-se nas citações acima que Anna O já demonstrava uma dependência com relação ao seu médico. Dependência gerada pela resistência do próprio Dr Breuer que, possivelmente, já se encontrava atuando diante de um sentimento afetuoso que sentia por Bertha (Minerbo, 2020). O sentimento afetuoso do Dr Breuer por sua paciente fazia com que ele atendesse todas as demandas da Anna O. “Nem tudo o que um paciente diz é demanda de amor. Mas, certas demandas de reconhecimento e de saber o são. Isso afeta também o sintoma como demanda de amor. São manifestações no analisando suscitadas pelo lugar enigmático do analista, em posição de desejo do analista” (Nasio, 1999, p. 47).
Aconteceu que a doente me dissesse, pela manhã, rindo, que não sabia o que tinha, estava zangada comigo; graças ao diário, eu soube do que se tratava e o que, realmente foi revivido na hipnose do anoitecer: nessa mesma noite do ano de 1881, eu havia aborrecido muito a paciente (Breuer & Freud, 2016, p. 57)
Nessa citação percebe-se que o Dr Breuer estava muito preocupado com o que a paciente estava pensando. Não se pode presumir que todo silêncio do paciente seja motivo de resistência e deva necessariamente ser quebrado pelo analista (Fink, 2017). “O silêncio do analista funciona como um vaso no qual o paciente pode derramar o líquido da associação livre. Paradoxalmente, o silêncio do analista também concede ao paciente o direito de permanecer em silêncio se ele o ela não conseguir falar” (Akhtar, 2018, p. 90).
Fiquei muito surpreso na primeira vez, quando, em virtude de uma fala casual e espontânea, na hipnose, desapareceu um transtorno que havia muito tempo persistia (Breuer & Freud, 2016, p. 58)
Revelou-se totalmente impraticável abreviar a coisa tentando evocar diretamente o primeiro motivo precipitador dos sintomas em suas lembranças. Ela não o encontrava, ficava confusa, tudo caminhava com mais lentidão ainda do que se a deixassem, com calma e segurança, desenrolar retrospectivamente os fios da lembrança abrangidos (Breuer & Freud, 2016, p. 60)
Considerando as duas citações acima, pode-se perceber que o Dr Breuer estava começando a observar que, diante da possibilidade de deixar a paciente falar livremente e evitar a precipitação forçada de uma catarse, era possível obter a remissão dos sintomas. A fala casual e espontânea da paciente fez desaparecer sintomas e causou surpresa no médico. Talvez tenha começado a se dar conta de que todo o esforço que ele fazia para ajudar a sua paciente estava sendo em vão.
Considerações Finais
Certamente, devido à complexidade e amplitude dos conceitos, não é possível abarcar todos as possibilidades de ação clínica. Porém, acredita-se que este trabalho possa servir para plantar uma semente no coração daqueles que estão buscando aprender a psicanálise. De forma geral, a psicanálise pode ser compreendida como a ética do desejo. Uma ética onde o único julgamento possível para uma conduta humana é questionar-se: a sua ação foi de acordo com o seu próprio desejo? Se a resposta a essa pergunta for afirmativa, então a sua conduta é ética para a psicanálise. Pensando por esse viés, o sujeito só deve se sentir culpado na sua ação se abrir mão de seu desejo.
Seguindo a mesma linha de pensamento, compreende-se que o trabalho do analista é permitir que o sujeito que se encontra em análise possa chegar ao final de um tratamento e encontrar-se com o desejo do analista. O desejo do analista não deve ser confundido com o desejo de ser analista. O desejo do analista é uma função que permite que a falta possa ser integrada à vida do sujeito. Um lugar onde a angústia não é perturbadora, mas aponta para uma incerteza que nos constitui enquanto sujeitos atravessados pela fala.
Ao unir a ética da psicanálise e o desejo do analista e aplica-los ao caso Anna O, foi possível perceber algumas atitudes do Dr Breuer que não estão alinhadas com a proposta dos referidos conceitos, conforme pensado por Jacques Lacan. Todavia, não se pretende, com isso, julgar a ação de Breuer que, certamente, estava pagando com a própria carne a tentativa de curar a sua paciente. O interesse presente nesta pesquisa voltou-se para o apontamento, a título de elucidação, das possíveis consequências surgidas no momento em que o analista deixa de ocupar o lugar de falta-a-ser, deixa de ocupar a função de desejo do analista. A Srta. Anna O conseguiu, após dois anos de tratamento, superar os sintomas que lhe afetavam e dedicar-se a atividades que visaram a ajudar o próximo. Ou seja, Anna deixou de ser uma pessoa alienada aos seus sintomas e passou a desejar onde queria aplicar a sua energia. Assim, tornou-se, até onde se sabe, um sujeito livre para escolher os caminhos que gostaria de trilhar a sua vida.
Entretanto, essa reconquista do desejo de Anna O não foi sem luta. Foi necessária a superação de inúmeras resistências do próprio Dr Breuer. Quando, aparentemente, Breuer começou a se cansar de sua paciente e permitiu que ela se expressasse mais livremente, sem tentar acelerar o tratamento, o trabalho clínico se encaminhou para o seu final. Se observa por esse caminho que Breuer começou a curar a sua paciente quando abriu mão de tentar ocupar a função de médico. O desejo do analista é uma função que exige desbancar-se de um lugar narcísico para que a falta-a-ser se presentifique, é permitir que o analisando o trate como um objeto para sua análise. O desejo do analista é um papel desafiador e que vai no sentido oposto do que é demandado pela sociedade, mas que pode ser desempenhado por todos aqueles que tem a semente da ética da psicanálise plantada em seus corações.
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* Este trabalho corresponde ao trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de Psicólogo do autor Cristiano Barbosa Ghisio sob supervisão de Pascale Chechi Fiorin, vinculado a faculdade Sobresp, Santa Maria -RS.